Razão de Conexão de 50 a 130% em Sistemas VRV/VRF: O Que Isso Significa na Prática?
Se você está entrando no universo dos sistemas VRV ou VRF, já deve ter esbarrado com um termo um tanto técnico: razão de conexão entre 50% e 130%. Mas o que isso realmente quer dizer na prática? Pode parecer complicado à primeira vista, mas depois que você entende o conceito, tudo se encaixa com muita lógica. Ou seja, você saberá como escolher a condensadora VRV ou VRF.
Entendendo a tal da “razão de conexão”
Vamos direto ao ponto: quando falamos em razão de conexão nesses sistemas, estamos comparando a soma da capacidade das unidades internas (as evaporadoras) com a capacidade da unidade externa (a condensadora).
Em termos simples, é como se estivéssemos vendo quantos equipamentos internos podemos ligar em relação à capacidade da máquina externa. Essa comparação é expressa em porcentagem.
Mas por que de 50 a 130%?
Agora vem a parte interessante. Os fabricantes estabelecem que essa relação pode ficar entre 50% e 130%, e existe um motivo bem prático por trás disso.
O segredo está na diversidade de carga
Na vida real, em um prédio comercial ou residência grande, nem todos os ambientes precisam de refrigeração intensa o tempo todo. Uma sala pode estar vazia, outra só com ventilação leve, e só uma ou duas com maior exigência térmica. Isso é o que chamamos de diversidade de carga térmica.
A vantagem do VRV/VRF é que ele detecta essas variações automaticamente e distribui o refrigerante apenas onde for necessário. Por isso, é perfeitamente viável (e até comum) conectar mais evaporadoras do que a capacidade nominal da condensadora.
Um exemplo prático que ajuda entender como escolher a condensadora
Imagina que você tem uma condensadora com capacidade de 20 kW. Com base nessa faixa de 50 a 130%, você pode:
- Ligar mínimo 10 kW em evaporadoras (50%)
- Conectar até 20 kW normalmente (100%)
- E, se o projeto permitir, até 26 kW (130%) com segurança
Mas atenção: esse tipo de conexão mais ousada exige um projeto bem pensado, de preferência feito por um profissional experiente. Afinal, se todas as evaporadoras forem ligadas ao mesmo tempo (e isso for frequente), o sistema pode não dar conta do recado. Assim, se no seu projeto de VRF você precisa escolher a condensadora e,

Cuidado com exageros e limites dos fabricantes
Cada fabricante pode ter suas próprias regras e limites dentro dessa faixa. Alguns modelos podem permitir mais flexibilidade, outros exigem condições específicas de instalação. É fundamental sempre consultar o manual técnico do equipamento e, se possível, conversar com o suporte técnico da marca antes de fechar o projeto.
Conclusão: flexibilidade com responsabilidade na hora de escolher a condensadora
Essa flexibilidade de razão de conexão é uma das grandes vantagens dos sistemas VRV/VRF. Ela permite um dimensionamento mais eficiente e econômico, aproveitando melhor a estrutura sem precisar superdimensionar a unidade externa.
Mas como tudo na engenharia, a liberdade vem acompanhada de responsabilidade. Um projeto bem planejado garante conforto, economia e vida útil ao sistema.
Então, já saber como escolher a condensadora?
Se você está considerando um sistema desses para sua obra ou projeto, vale a pena conversar com um profissional que entenda do assunto. O VRV/VRF é como um maestro: funciona bem quando todo mundo está tocando na hora certa, na intensidade certa.
E aqui vai a dica de ouro: Se quer ter uma relação custo-benefício excelente, projete e instale uma configuração entre 100 e 130%. Claro, quanto mais unidade interna “pendurar” no mesmo condensador, melhor.
Eng. João Agnaldo Ferreira